quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ciranda


Quem nunca brincou de ciranda? Todos em algum momento de suas vidas cantaram e giraram de mãos dadas entoando o mesmo canto. Seja Ciranda, Cirandinha... Terezinha de Jesus... Atirei o pau no gato... enfim, essas canções povoam as mentes de milhares de pessoas. Todas as culturas tem alguma música de ciranda, que se tornam de conhecimento público e os seus criadores nem sempre são conhecidos, pois é algo que é passado de geração em geração. Esse é o caso da música do Cirandeiro, que encerra as nossas apresentações. Tive o prazer de aprendê-la em uma Oficina, e sem pestanejar, a passei adiante. Ela é assim:


O Cirandeiro, Cirandeiro ó
A pedra do teu anel brilha mais do que o sol.
O Cirandeiro, Cirandeiro ó
A pedra do teu anel brilha mais do que o sol.
Mandei fazer uma casa de farinha
Bem maneirinha que o vento possa levar
Oi passasol, oi passa chuva, oi passa o vento
Só não passa o movimento do Cirandeiro a rodar
Achei bom, bonito
Meu amor brincar
Ciranda maneira
Vam cá Cirandeiro,
Vam cá balançar.


Pesquisei, pesquisei e até hoje não encontrei o autor dessa cantiga. Apenas para o início dela há um compositor conhecido que é o Edu Lobo que utiliza esses versos na música entitulada "Cirandeiro", que é bem diferente dessa.
Como é linda uma ciranda! Todos cantando juntos, de mãos dadas, olhos nos olhos, sorrisos...há muita energia envolvida. Depois que terminamos de cantar, sentimo-nos renovados, felizes, sem preconceitos, sentimo-nos parte de algo maior, naqueles breves instantes somos apenas um. Que bom que na vida pudéssemos sentir isso mais vezes, esquecendo tudo que não permite que sejamos simplesmente felizes. E os breves momentos das oficinas podem se comparar a uma ciranda, pois todos que estão ali, esquecem seus problemas, compromissos, tristezas e se envolvem naquela energia de fazer-de-conta, de inventar, de ser outra pessoa, de experimentar sensações que não são suas, e de se identificar com a sua própria realidade. Pois é, o teatro e a ciranda tem mais coisas em comum que a gente pode imaginar! Só experimentando para saber!!!

Você conhece um cirandeiro?





Você conhece um cirandeiro? Você já viu um? Foi assim que se iniciou o trabalho de criação de cenas dos grupos que fazem Oficina de Teatro. Juntos descobrimos que o Cirandeiro é um adulto que organiza a ciranda e canta cantigas de roda, que é um ritmo que vem de Portugal, e é bem popular em Pernambuco e em outras partes do Nordeste. A partir disso e da criatividade das pessoas surgiram várias histórias sobre o Cirandeiro que puderam ser vistas na 9a. Festa da Cidadania e Solidariedade e também na Escola Tomé de Souza. Por outro lado o grupo do PIIS (Programa Integrado de Inclusão Social), se transformou em vários Cirandeiros que alegraram o pessoal que visitava a Feira do Livro de Esteio.
E é aí que está a magia do Teatro, por mais que o ponto de partida seja o mesmo, o processo e o resultado serão sempre diferentes! Uma apresentação jamais será igual a outra, pois uma platéia nunca é igual a outra, nós estamos sempre mudando, e é aí que está a graça...tornar novidade algo que ensaiamos e conhecemos profundamente.
Então a partir de hoje, se você ouvir falar em um tal de cirandeiro, não tema! A única coisa que ele quer arrancar de você é um simples e sincero sorriso!